quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Amálgama eloquente

(foto: José Prata dos Reis - Livros_1)

Junção infame proferis ao versar,
vocábulos ferindo os tímpanos despreparados,
fazendo ignotos desavisados
refúgio no amansa burros buscar.

Achas belo este versejar diferenciado,
fazer perplexos com vossa sapiência,
vosso uso exacerbado da ciência
do conjunto linguintisco pronunciado?

Se a verdade está no singelo e sutil.
Se na simplicidade há riqueza pueril
Porque amálgama eloquente?

Usar da facúndia para beleza proferir
se faz necessário? Não seria mais fácil desferir
palavras descomplicadas somente?

Um comentário:

  1. Isso que descreveste aí neste poema tão rico, é na verdade um vício: o vício de encantar aos outros, então se busca desesperadamente um "bum" que arranque "uaus" e "ohs". Mas o brabo é quando, na busca desse endeusamento, o poema acaba saindo uma m...Tenho visto muito disso por aí. Profícua crítica a tua, amiga, como sempre. Bjins!

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