segunda-feira, 30 de junho de 2008

Gosto das flores

Gosto das dálias,
são flores gigantes,
cheias de pétalas,
que pendem nos
galhos de tão pesadas.
As amarelas então...


Gosto das rosas,
amarelas, brancas,
vermelhas, perfumadas,
espinhosas.

Ah, como gosto!


Gosto dos crisântemos,
flores de enfeite,
flores das mães,
da maternidade.
E das margaridas,
flores da infância,
do mal-me-quer,
bem-me-quer
...ah, gosto das flores!

Fogo e Água

Eu sou o fogo,
a paixão que arde,
amor que consome,
Você, a água
a razão, o equilíbrio,
a sobriedade, a paz.
Amo-te água, mas não,
não posso tocar-te.
Sou o louco, desvairado,
tudo desejo, tudo anseio.
Já você tão plácida,
Tão serena...
Ah, água que eu amo,
Ah, amor impossível...
tal qual o Sol e a Lua.
Nunca toco-te...
Somente desejo-te.

Dia das diabruras

Dores diabólicas d'alma
Diante dois díspares
Divago, destilo,
Disfarço, despedaço
Dissabores de dias distantes
Desgosto, desprazer.
Dilacerações d'mim...

domingo, 29 de junho de 2008

Descanso do anjo.

Um beijo cálido, um amor sofrido,
um menino-anjo, divino, iluminado,
pousa sobre minha vida,
repousa os lábios nos meus,
descansa sob meu corpo nu,
preenche-me com tua essência.
Deposita tua semente em meu solo fértil
e teu descanso será fecundo,
e mais seres de luz serão gerados,
para iluminar nossa reles vida.

Para o bem...

Oh, leva contigo por piedade
toda a dor, toda a maldade
que minh'alma invade,
corrompe a sanidade,
aniquila com tamanha crueldade.
Deixando-me aqui em ansiedade...

sábado, 28 de junho de 2008

OLHANDO PARA TRÁS

Olhando as fotos amareladas
Levei um tempo para perceber que
Hoje tudo está mudado.
Amigos antes tão presentes já
Não estão mais aqui,
Dias passaram e
Onde estão eles? Se foram...


Por onde andam meus
Amigos antigos, amigos da
Rua, da escola, da vida?
Aonde os encontro?


Tempo já não tenho mais, as
Rugas já marcam meu rosto.
Ansioso espero reencontrá-los.
Saudades de minha infância...

Cautela

Poderia hoje falar de amor,
poderia ser melosa,
mas hoje não, por favor,
serei sim cautelosa!


Sonhamos com um grande amor,
a eterna busca da alma gêmea.
Às vezes achamos só o enganador,
macho em busca de fêmea.


Isso não quero, não preciso,
preciso sim de um ombro amigo,
alguém estável, conciso.


Que se preocupe comigo,
e me seja carinhoso e leal,
sem fantasias... Quero algo real!

VERSOS DRAMATICOS

Visto-me de dor,
Encarno a melancolia,
Retiro-me, enclausuro-me,
Sou feita de agonia!
Ouço nítido o
Som da tristeza...

Donde estás felicidade?
Ruas e ruas andei a procurar-te,
Amarguras achei nessas andanças,
Migalhas joguei ao chão pra
Achar o caminho de volta,
tudo em vão, foste embora...
Ilusões ficaram em teu caminho,
Cansei de dores sem fim.
O escuro, breu infiel, fere-me!
Sou tristeza. Felicidade, ouça meu chamado!

Dualidade

Não sou certa nem errada,
sou só tudo e nada,
luz e escuridão,
fogo e água
compartilhando do mesmo copo.
Onde irei?
Meu propósito?
Não sei!
Mas duas em uma,
uma alma dividida...
Andrógena!
Que vivem em choque.
Uma guerra constante,
amor e ódio,
rivalidade fraterna,
dualidade!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

OM MANI PADME HUM




Que eu veja o todo,
que eu veja a vida,
e entenda o mundo,
chegada e partida.

Que eu ame ao outro
e ame a mim,
pois a vida é um encontro,
todos como flores no jardim.

Irei recitar um mantra,
em voz alta e pensamento.
Desejo ser feliz a todo momento!

Libertarei minha mente
de toda a mesquinhez e mal
e Saudarei a jóia no lótus, afinal!

Vagueia

Vagueia alma, vagueia!
Busca sua força e lugar,
busca aquele que te anseia,
busca enfim teu lar.


Vagueia alma, vagueia!
Sonhes sempre encontrar
paz em meio a peleia,
e um grande ser pra amar.

Vagueia sem pressa e ritmo,
vagueia e espera no íntimo
ter outra alma a vagar,

para que chegue juntinho,
devagar, devagarinho
e ao teu lado abancar!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Perspectivas de um futuro infortuno...

Ah, terra antes fofa e fértil,
e agora árida e sem vida,
onde está tua água?

Ah, céus de brancas nuvens,
agora cinza chumbo poluição,
onde está tua água?

Não temos mais vertentes,
riachos, regaços, ribeiros,
não temos mais cachoeiras,
corredeiras, rios e mar.

Onde está a água?
Ainda existem lençóis freáticos?

Só há esse calor insuportável,
a aridez do solo,
os alimentos escassos,
o povo sofrido e doente.

Ah, Deus o que aconteceu com a água?
Ela era a fonte de vida!
Ah, Deus o que será de nós?


Nesse momento só consigo pensar
na água, pura e cristalina, e no meu desejo
de um gole pra molhar a boca.

Amante da Morte!

Beija-me Morte com teus lábios frios,
Percorre meu corpo com tua língua avida e ferina
Enlaça-me com teus braços,
arranha minha carne com tuas unhas,
morda-me...penetra-me...
consumas este ato.

Leva-me contigo, serei tua consorte.
Desejo-te mais que tudo!
A cicuta está a fazer efeito,
nem uma gota sobrou em meus lábios gentis,
já sinto-te chegando... frio... percorre a espinha
meus membros já adormecidos repousam...
leves espasmos sinto agora,
o coração está quase parado em meu peito amargurado.

Anseio-te Morte, pega-me agora!
Ah, amado imortal!
Tua amante eterna clama!
Leva-me deliciosa Morte, leva-me!

Cai!

Cai!

Desprovi-me da divindade,
abri mão da imortalidade.
Não tenho mais minhas asas!
Perdi minha luz!
Já não posso mais desaparecer,
ser como a brisa ou como o vendaval,
não posso mais estar num lugar
com a força de meu pensamento,
não posso mais planar no ar.
Não sinto mais o beijo do Pai na face.
Me sinto dividido, pois queria isso,
mas é como se faltasse algo...
O que? Eu não sei!
Perdi minhas asas!

Cai!

O tempo

Ah, o tempo! Senhor do destino...
Passa tão docemente pra uns
e tão incisivo a outros.
O tempo trás sabedoria,
malfeitos são desfeitos,
trás alegrias
e também tristezas.
O tempo nos dá alento,
causa furor, trás frustrações,
desilusões. Trás amores,
passageiros e infindos,
trás problemas e dúvidas,
trás soluções e respostas.
O tempo é a vida,
ele não precisa ser longo,
precisa apenas ser suficiente
para aprendermos,
para sonharmos,
para amarmos,
para chorarmos...
E para isso basta uma fração de segundos!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Meu melhor amigo

Durante algum tempo pensava eu possuir alguns poucos mas bons melhores amigos, percebi que há fatores que modificam a amizade. Como o trabalho incessante, as responsabilidades, a distância, e ignorância, a falta de amor próprio.

Hoje posso afirmar que tenho um melhor amigo, além de mim mesma claro. Um único e fiel melhor amigo, aquele que irá perdoar tudo, irá me aconselhar, me xingar também, que enxugará minhas lágrimas e me trará alento.

E tenho sorte, pois é com ele que divido o leito. Brigamos muito... mas meu coração se esvazia a cada manhã e se mantém apertadinho o dia inteiro até reencontrá-lo a noite.

É tão pouco o tempo que temos juntos, ainda temos tanto a nos conhecer, mas ele me dá presentes maravilhosos e inúmeras provas de sua amizade, de seu amor. Pois amigos de verdade amam, amam incondicionalmente. Com defeitos e qualidades nos aceitam e nos admiram, nos corrigem e nos apoiam.

Meu melhor amigo:

Eu te amo!

Incondicionalmente eu te amo!

Amizade

Já falei de solidão tantas vezes,
de dores e tristezas sem fim,
Já falei de morte, a chamei
a procurei, já destilei minha melancolia,
mapeei minha dor, derramei
lágrimas que formariam um oceano.

Já falei de paixão, de tesão avassalador,
de beijos quentes e sexo ardente,
de mãos incisivas e cheiros fortes.

Já falei de amor cálido e apaixonante,
de amor maternal incessante.

Já falei de borboletas e suas espirotrombas,
já falei de flores... já mandei flores.

Mas não lembro de ter falado em amizade...

Amizade:
Amo mais que tudo a
Mim mesma, amiga fiel,
Inspiradora, agitadora e
Zombeteira. Amo!
Amiga melhor não há,
Da vida é a primeira a chegar
E a última a correr!
[Será mesmo?
Só sei que se não formos melhores amigas de nós mesmas quem será?
Quem será por nós?]

Shuuuu...

E agora em silêncio,
onde palavras não fazem sentido,
busco em meio a meus pensamentos
algo que me traga de volta a realidade,
que me devolva ao mundo dos sons.
Sei que a minha volta há barulhos... burburinhos,
mas são inaudíveis, imperceptíveis agora.
Minha vida agora está atrelada ao nada,
funério nada...
Um não existir!
A ausência de vida!


Ouve?
...
Escutou?
...
O mas absoluto silêncio...
Não ouço nada...
Não ouço...
Não...
Nada!
Shuuuu!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Súplica.

A ti peço clemência,
a ti peço piedade!
Oh ser iluminado,
Ajuda-me nesse momento.,
Rogo-te! Ajuda-me!

Tira de mim esse amor,
tira, por favor!
Com ele não sei viver,
fico em desatino,
não como, não durmo,
só amo!

Amo incondicionalmente
aquela menina de olhos profundos
e pele alva. Meu sonho mais perturbador.
Oh, por favor, tira de mim esse amor!

Falas

Falas:

de

leito vazio,

de

amores perdidos,

de

vidas desfeitas,

de

laços rompidos

de

sonhos exauridos.


E eu

queria apenas

falar de amor!

E descansar...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Iguais

Com a garganta seca e as mãos frias,
os olhos marejados e corpo inerte,
sinto um arrepio percorrer-me a espinha,
sinto medo do desconhecido.

Não percebes a minha agonia,
o suor gelado escorrendo em minha testa
gritar é o que me resta
pra acalentar minha vida vazia.


Mas...
Tamanha é minha ânsia
que não percebo teus olhos
não percebo teu corpo
nem os sinais de tua dor...

...tão grande e feroz quanto a minha...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

A resposta da flor a borboleta

Flores são delicadas, cheirosas, cheias de néctar e polém. Nós mulheres, somos como as flores. E esperamos nossas borboletas, os homens, pois as achamos viçosas, coloridas e delicadas como nós, porém não o são.
Elas vem com suas espirotrombas em riste, sugam-nos, tiram nossa essência e voam de encontro a outras flores mais saborosas. E nós passivas esperando seu retorno.
Porquê?
Porque estamos presas ao solo?
Por sermos responsáveis pela perpetuação da espécie?
Por segurança ou alento?
Porque nos convém?
Porquê?
Flores libertem-se da sua prisão terrestre, sejam como borboletas ou melhor como as mariposas, não tão belas quanto as borboletas, porém livres e fortes pra voarem a noite, enfeitando o céu e assustando os despreparados.
Voem mariposas, o ruflar de suas asas quero ouvir!
Voem alto e firmes!!

Sucumbo!

Nesse beco escuro onde minh'alma se esconde
vejo a vida passar ante meus olhos.
Vejo as tristezas, as decepções, as crises,
ânsias e angústias... Sinto-me
enegrecida, empobrecida, de alma vazia...

Como o sal jogado ao vento que queima e arde,
como o fel do veneno mas forte, que enrijece
os músculos... contrações... espasmos constantes.
Esvaio-me pelas frestas como areia!
Derramo-me ao solo árido de meus pensamentos
como o suco da vida.

Sinto o vento frio da minha frustração,
a chuva fina da minha melancolia.
Fere-me os sentidos...
sucumbo a minha dor!
Triste sina!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Flor do amor.

A você meu amor dou a mais linda flor! Ela representa meu imenso amor, minha dedicação, meus dias vindouros. Conserve essa flor e o amor será duradouro.

Preserve-a de todo o mal e pragas, dediques tempo para regá-la, para amá-la, cuidá-la.

Mas não a ponha em uma redoma de vidro pois ela precisa de ar, de brisas e ventos fortes, ela precisa de liberdade!
Precisa aprender a se fechar no vento forte, a preservar a água no calor do sol para não queimar suas pétalas, e precisa saber que dissabores são necessários, que é preciso morrer pra voltar a florescer!

Ela precisa de um tempo de reclusão, ficar fechada em suas sépalas para refletir, e retornar em todo o seu esplendor para novamente exalar amor no ar.

Se no fim desta jornada de cuidados, conseguires entender, que nosso amor é como essa flor, que necessita de cuidados, de carinho, de espaço e de liberdade, conseguirás enfim compreender que nada no mundo é maior que nós dois.

Que nenhum vento forte irá destruir nossas pétalas.
Que nem mesmo o sol, em sua imensa grandeza, irá queimar-nos.

Que devemos às vezes refletir sozinhos, mas um ao lado do outro, pois somos um!

Que devemos passar por dissabores, dúvidas, percalços para crescermos e mesmo escondidos em nossas sépalas, nosso amor é maior, e florescerá e continuará exalando seu perfume, e nossa semente, dará novas flores e nunca mais seremos sós em nosso jardim.

Por fim estaremos completos!
E Livres!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mais puro abandono!

Me deixaste perdido em meio aos lençóis úmidos de suor, me abandonaste ao ninho de um amor insólito. E agora que me vejo sozinho, somente tua lembrança me trás a realidade, me mantém sóbrio em mim.

Mas teu perfume ainda está em meu corpo, o travesseiro ainda mantém a silhueta de teu repouso. Nesse momento percebo uma lágrima insistente que passeia pelo meu rosto. Não compreendo teu desapego, tua inconstância. O que te fez sair por aquela porta? - Ainda consigo ouvir o ranger ensurdecedor da dobradiça e o estampido estridente do trinco fechando!

Fostes! Pura e simplesmente fostes, sem adeus, sem palavra alguma, nem um beijo, toque, ou lágrima pra marcar tua ausência...

E eu?

O que será de mim?

Amo-te não sabes?

***********

Agora farei um pedido desesperado, não tenho vergonha de fazê-lo:

Retornes minha adorada dama, aconchega-te novamente a cama. Me acorda deste pesadelo sórdido, faz florescer em meu peito a esperança de ter-te novamente acalorando o leito. Jazia meu desejo de viver, voltas, por favor!

Percebes meu penar?
Prostrado estou!
Sinto-me só!
Quem vive sem amor?
Sem carinho?
Sinto-me... no mais puro abandono!

O descanso

Sinto o músculo coronário latejante
impulsionando o fluído corporal rubro
Sinto as pulsações aceleradas,
olhos marejados pelas lágrimas,
solução estéril.

Sinto o vento lufando no rosto gélido,
indiferente, apático...
Olho pra baixo, encaro meu propósito,
olho intensamente o abismo, meu jazigo!

Ah, como deve ser doce o descanso enfim,
mas embora deseje avidamente essa sina
permaneço inalterado.

Vou voar pro meu destino, planar nos ares
e pousar no chão pedregoso e árido.
Abrigo melhor não há, tão idêntico a minha vida,
tão estéril e infrutífero...
Descansarei enfim e toda a dor irá embora.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

BRINCANDO COM AS PALAVRAS

Basta pegar a caneta, direcioná-la ao papel e
Rascunhar, escrever. Nossa
Intenção é por sentimentos no papel.
Naturalmente expor a nós mesmos, entre
Concordâncias gramaticais e fonéticas,
Adornar nossos versos dos mais belos sentimentos.
Não podemos mentir quando escrevemos,
Doamo-nos por inteiro,
O versejar é nosso viver!

Como crianças nos sentimos às vezes,
Outras como tolos, tenho certeza,
Mas na maioria das vezes como pessoas livres!

Asas ganhamos e voamos
Sobre mares de conhecimentos e sentimentos...

Palavras escritas, não estão jogadas
Ao vento, não são esquecidas!
Lá, no papel, estarão perpetuadas
Ainda que pareçam com brincadeiras,
Viagens de uma mente ensandecida,
Rasuras, rabiscos... são muito mais que isso.
Amor gotejados, dor estampada, palavras auferidas,
São pérolas, jóias raras da alma!

De um todo...

Meu desejo de expressar-me
me conduz a terras misteriosas.
Me faz possuir rostos que não são meus,
a sentir gostos que nunca provei,
a deitar-me em leitos desconhecidos,
a vivenciar dores e alegrias que não são minhas.

E hoje visionária, sou tudo e nada,
esfacelada em camadas finas, sou várias
partes do mundo. Sou o mundo!
Sou a areia no deserto em meio a tempestade,
sou gotículas d'agua de uma névoa intensa.

De mim terás... intensidade...
nada em mim é em doses homeopáticas,
ou todo o amor, ou toda a raiva,
ou todo o carinho, ou toda a minha indiferença!