quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mais puro abandono!

Me deixaste perdido em meio aos lençóis úmidos de suor, me abandonaste ao ninho de um amor insólito. E agora que me vejo sozinho, somente tua lembrança me trás a realidade, me mantém sóbrio em mim.

Mas teu perfume ainda está em meu corpo, o travesseiro ainda mantém a silhueta de teu repouso. Nesse momento percebo uma lágrima insistente que passeia pelo meu rosto. Não compreendo teu desapego, tua inconstância. O que te fez sair por aquela porta? - Ainda consigo ouvir o ranger ensurdecedor da dobradiça e o estampido estridente do trinco fechando!

Fostes! Pura e simplesmente fostes, sem adeus, sem palavra alguma, nem um beijo, toque, ou lágrima pra marcar tua ausência...

E eu?

O que será de mim?

Amo-te não sabes?

***********

Agora farei um pedido desesperado, não tenho vergonha de fazê-lo:

Retornes minha adorada dama, aconchega-te novamente a cama. Me acorda deste pesadelo sórdido, faz florescer em meu peito a esperança de ter-te novamente acalorando o leito. Jazia meu desejo de viver, voltas, por favor!

Percebes meu penar?
Prostrado estou!
Sinto-me só!
Quem vive sem amor?
Sem carinho?
Sinto-me... no mais puro abandono!

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