terça-feira, 30 de setembro de 2008

Liqüefaz

Gotejam de mim,
como o suor do trabalho árduo,
ou de um dia de muito calor,
meus sofridos e desmedidos dissabores...
de uma vida frágil, sem amor e
de minha falta de criatividade.
Decantam em mim,
como de uma ânfora a outra,
e sobressaem meu defeitos,
erros primários de um ser frívolo,
deteriorado pela vida mundana,
pela falta de zelo.
Escorrem de mim,
como uma infiltração qualquer,
como algo a ser consertado,
meus mais profundos e imaturos
sentimentos infames, quase profanos
desmerecedores de compaixão.
E eu, pobre individuo liquefeito
em minha miserável existência,
sobrevivo ao sabor dos desgostos.

Um comentário:

  1. Da série "maduros e plenos".
    Tua escrita cresce e aparece, mais e melhor. Sempre com uma ampla visão e um foco impecável. Adorei, de vera! Bjins!

    ResponderExcluir

Obrigada pelo comentário, deixo meu beijo antecipado. Volte sempre!!!